De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, os veículos de maior porte são responsáveis pela segurança dos não motorizados. No dia a dia do trânsito, porém, a realidade não é bem assim. Existe uma espécie de competição: condutores de veículos de menor porte têm a vantagem da agilidade, enquanto motoristas de ônibus e caminhões se impõem pelo tamanho dos veículos.
As bicicletas, bem como quaisquer veículos não motorizados, são frágeis e vulneráveis, por isso o cuidado deve ser redobrado. Além disso, eles têm preferência sobre os demais veículos automotores, mas nem por isso devem desrespeitar as leis e a sinalização. “Todos os cidadãos têm direitos e deveres no trânsito. Por isso devemos cumprir as regras e respeitar os demais usuários”, explica Celso Alves Mariano, especialista em trânsito e diretor do Portal.
De acordo com o especialista, os motoristas ainda não se acostumaram com a presença dos ciclistas nas ruas e diante desse conflito, é previsível qual o lado que sai perdendo. “Os ciclistas são usuários mais frágeis no trânsito, qualquer queda pode ser fatal. É preciso que os condutores comecem a levar em consideração a presença dos ciclistas colocando em prática a direção defensiva e respeitando as normas de legislação”, diz Mariano. Por esse motivo, o Portal lista algumas dicas de como ultrapassar um ciclista com segurança no trânsito.
1,5 m de distância
A regra fundamental para os motoristas e motociclistas, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é respeitar a distância lateral de 1,5m ao ultrapassar ciclistas, além disso, dar a preferência e facilitar a passagem em cruzamentos e conversões. “O condutor deve estar sempre atento aos retrovisores, com especial atenção aos pontos cegos”, destaca o especialista.
Bom senso
Não há como descer do veículo e medir, com uma régua, a distância correta de 1,5m que distancia o carro da bicicleta. Por esse motivo, o bom senso ainda é o melhor método, pois instintivamente todos sabem quando estão próximos demais de uma bicicleta ou de qualquer outro veículo, sem ainda desconsiderar a combinação dos fatores para aquela determinada situação.
Dirigir perto demais da bicicleta é caracterizado como um ato imprudente, pois não é preciso acontecer o choque para colocar em risco a vida do ciclista, até mesmo as “finas” que são tiradas são capazes de produzir grandes tragédias. Portanto, o condutor deve ser previdente e cuidadoso.
Não dirigir com pressa ou estressado
Dirigir com pressa, atrasado ou estressado favorece o acontecimento de incidentes no trânsito. Além disso, pode afetar o comportamento do condutor. Por exemplo, o indivíduo que apresenta características de irritabilidade, quando estiver estressado certamente irá piorar seu comportamento, tornando-se agressivo ou hostil e provocando acidentes.
As pressões e tensões extras que o trânsito proporciona podem funcionar como a gota d´água, alterando padrões de comportamento do condutor, fazendo-o criar situações de risco e insegurança, para si e para os demais usuários.
Se colocar no lugar do ciclista
No cotidiano do trânsito é inevitável que surjam conflitos, porque cada pessoa tem necessidades e objetivos diferentes. Condutores de automóveis têm necessidades e objetivos diferentes dos de motoristas de Transporte Escolar, motociclistas, ciclistas, etc.
Além disso, os papéis que são assumidos no trânsito não são fixos. Quando o cidadão está dirigindo, muitas vezes desrespeita o espaço do ciclista, sem levar em conta sua fragilidade. Quando larga a armadura que o veículo proporciona e pega uma bicicleta, volta a sentir na pele a fragilidade do ciclista: reclama, disputa espaço e entra em conflito com motoristas. Apesar disso, depois que retoma o papel de motorista, rapidamente volta a desrespeitar os ciclistas.
Este exemplo ilustra bem a dificuldade de um se colocar no lugar do outro, mas esta á a única maneira de se entender e respeitar necessidades e direitos dos demais.
Respeito e integração
Por ser um dos valores mais importantes, o respeito é a viga mestre dos relacionamentos. Várias são as atitudes que bem caracterizam as pessoas respeitosas: respeito pelo direito dos outros, pelas diferenças individuais, pela diversidade de opiniões, pelo ambiente e até por si próprio.
“Respeitar a distância de 1,5m e os demais direitos do ciclista mostra a ele que o motorista o respeita, e o aceita como parte integrante do todo, reconhecendo seu papel e importância no trânsito. Se houver respeito, haverá preservação da vida”, finaliza Mariano.
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